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Como a atividade física pode influenciar no bem estar mental
Em primeiro lugar é preciso lembrar que o sujeito é um conjunto formado por corpo e mente. É ideal que os dois estejam em uníssono para o bem estar.
A atividade física regular pode trazer muitos benefícios para a mente, tais como melhorar a memória, reduzir a depressão e ansiedade, melhorar o aprendizado, aumentar a autoestima, ajudar a prevenir doenças neuro vegetativas, e, ainda, diminuir a velocidade de perda dos neurônios que tendem a acontecer com o envelhecimento.
A atividade física ajuda na liberação de endorfinas que são neurotransmissores que podem reduzir a sensação de dor e melhorar o humor, ajudando a reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão, o que pode ser particularmente útil para os pacientes que estão em terapia/análise.
“Hoje em dia, já são inúmeras as pesquisas científicas mostrando que a prática de exercício físico regular impacta a saúde mental positivamente”, afirma a Dra. Bruna Campos, psiquiatra pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro.
Segundo a médica, a atividade física, além de contribuir para uma maior autoestima e auto eficácia, promove uma mudança biológica no nosso corpo, liberando neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, reduzindo a inflamação e melhorando a resposta imune, entre outros fatores que estão associados a um melhor funcionamento do sistema nervoso central.
“Também já existem evidências científicas bem robustas sobre o exercício, não apenas na melhora do bem-estar, mas na prevenção e melhora dos sintomas de depressão, ansiedade, transtorno bipolar, etc. Na depressão, por exemplo, tanto o exercício aeróbio quanto o de resistência se mostraram eficazes na redução dos sintomas quando mantidos por 90 minutos semanais. Isso equivaleria a cerca de 30 minutos, três dias na semana”, explica.
“Já temos meta análises (pesquisas com os mais altos níveis de evidência científica) que mostram que na depressão leve, por exemplo, a prática regular de exercício físico por 30 minutos, três vezes na semana, se mostrou tão efetiva quanto acompanhamento psicológico e uso de alguns remédios, e deve ser incluída como parte do tratamento”, relata a especialista.
De forma geral os exercícios físicos trabalham aspectos como força, equilíbrio, flexibilidade e resistência, mas devemos lembrar que todas estas qualidades são trabalhadas mental e emocionalmente também. Ao fazermos o exercício físico de forma consciente estas qualidades são levadas para o nosso dia a dia, tornando o indivíduo mais consciente de suas sensações corporais como a respiração, tensões musculares, batimentos cardíacos, ajudando a entender como o corpo está reagindo às situações emocionais e aprendendo a lidar com elas.
Um estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry descobriu que a atividade física regular pode ajudar a reduzir o risco de depressão em até 26%.
Segundo o Instituto Einstein, estudos comprovam que a prática regular de atividades físicas, independentemente de quais sejam as modalidades melhoram a qualidade de vida emocional.
Algumas dicas de atividades benéficas para o combate à ansiedade:
Andar de bicicleta
Correr
Meditar
Yoga
Alongar
Dançar
Caminhadas
Estas são apenas algumas dicas, mas você pode escolher entre outras atividades como judô, natação, etc. O importante é se mexer! Encontre a atividade com a qual mais se identifique. Faça exercício! Faça terapia!
FALANDO SOBRE SUICÍDIO Setembro Amarelo: mês de conscientização de prevenção ao suicídio É importante encorajar as pessoas a falarem sobre o tema e buscarem ajuda quando necessário. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, praticamente 100% dos casos foi cometido por pessoas com doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. O Brasil ocupa o 8º lugar entre os países com os maiores índices de suicídio. A Associação Brasileira de Psiquiatria tem uma estimativa de que 96,8% dos casos têm essa relação, sendo que a depressão é a doença número um quando se trata da ligação com as mortes por suicídio. Mas ela não é a única, pois os especialistas veem também a ligação com transtornos de humor, como o transtorno bipolar. Existe ainda relação com transtornos psicóticos, de ansiedade e de personalidade. No Brasil são registrados aproximadamente 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia e os índices não param de aumentar. Muitos casos poderiam ser evitados se tivessem acesso ao tratamento e informações de qualidade. Sinais de alerta Mudanças no Comportamento: – Afastar-se dos entes queridos e das atividades prazerosas. – Desleixo consigo próprio. – Usar excessivamente drogas, incluindo álcool e/ou se envolver em situações perigosas que o coloque em risco. Sentimentos: – Expressar ser um peso para os outros. – Demonstração de falta de autoestima. –Mudanças bruscas de humor sem justificativas. – Tecer comentários pessimistas exagerados. Mudanças físicas: –Problemas de insônia ou dormir demais. –Alterações de apetite com perda ou ganho significativo de peso. – Reclamar de cansaço constante e sem motivo aparente. Perda recente ou traumas: – Luto pela perda de um ente querido, de um trabalho ou aposentadoria pode contribuir para aumentar o risco. – Fazer comentários do tipo “eu queria desaparecer“, “tudo ficaria melhor sem mim”, “eu queria dormir e não acordar mais”. – Falar frequentemente sobre morte, morrer ou acabar com a própria vida. Quem já tentou suicídio tem maior probabilidade de tentar novamente. Como ajudar: Se você identificou que a pessoa está pensando em suicídio, ajude-a! De que maneira? Escute-a e deixe-a falar o que está sentindo sem julgamentos. Mostre que está disponível a ouvir sem dar conselhos. Não desdenhe do sentimento dela. Não a deixe sozinha, afaste-a dos possíveis riscos imediatos, não tranque as portas, acredite nas ameaças e, o mais importante, leve-a imediatamente a um profissional de saúde para atendimento.
UM POUCO SOBRE TRAUMA
As memórias não revelam experiências factuais, mas sim, a forma como cada um de nós se relaciona com determinada experiência. Sendo assim, não transmitem dados objetivos e inequívocos em relação aos conteúdos das memórias implícitas ou explícitas. Elas são formadas de acordo com nossa perspectiva. Desta forma, um acontecimento só se torna um trauma quando emoções perturbadoras interferem no processamento de uma lembrança. Nossos humores e sensações presentes desempenham um papel fundamental no modo como recordamos determinado acontecimento. Então, mudar o nosso estado emocional presente é a condição primordial para um trabalho eficiente com as memórias traumáticas.
Com o passar do tempo estas lembranças vão ficando ainda mais plásticas como uma tapeçaria que o cérebro tece sobre nossas bases biográficas prévias, sendo renovadas por informações do fluir das experiências.
Não podemos modificar os eventos do passado, mas temos como transformar as narrativas sobre eles através da criação de possibilidades de enfrentamento das porções mais aversivas do trauma de forma que não sejamos condenados por nossas histórias.
As lembranças de um trauma ficam armazenadas não como lembranças, mas, via de regra, como sensações físicas que são experimentadas como ameaças iminentes carregadas de emoções negativas de medo, raiva, pânico e outras. O trauma fica gravado no corpo! No corpo, no cérebro e na mente, na psique e na alma.
É importante falar sobre esta história de forma que se possa criar uma narrativa que seja capaz de ser observada, sem qualquer julgamento, deixando de incorporar efeitos intensos sobre os comportamentos e os estados emocionais.
Como o trauma revive o passado, eternamente, o presente e o futuro deixam de existir, interferindo na capacidade de concentração real em situações novas, prejudicando a valorização do momento presente. Não há futuro no passado. Estar traumatizado é como viver em um eterno pesadelo ou reviver o mesmo dia repetidamente, assim como no filme Feitiço do Tempo, em que o protagonista, um repórter fica preso em um loop temporal, revivendo o mesmo dia repetidamente. O indivíduo fica amarrado na teia do medo emocional não resolvido, na confusão e dissociação daquela história.
Tudo isto pode criar um estado de entorpecimento, incapacidade de se conectar e nomear as próprias emoções e, principalmente, a incapacidade de entender e se comunicar com as próprias emoções. Esta se torna uma situação extremamente difícil, pois a partir daí não se consegue mais sinalizar de forma clara aos outros o que se está sentindo ou necessitando, quebrando a ressonância emocional e intersubjetividade.


7 dicas para lidar com o estresse:
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Reserve 5 minutos do teu dia (pode ser logo de manhã ou à noite) para sentar em um lugar calmo, sem ruídos altos (de preferência em silêncio) e faça 3 respirações profundas e depois disto, comece a respirar no próprio ritmo. Se preferir, você pode fazer isto deitada (o) e com a mão no coração, tentando prestar atenção somente na respiração.
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Planeje tuas atividades.
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Inclua atividades físicas na tua rotina.
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Aprenda a dizer não.
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Esteja presente de corpo e alma naquilo que está fazendo naquele momento.
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Mantenha tua casa e o teu ambiente de trabalho limpos e organizados.
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Priorize e invista no teu bem estar.